O PSD reagiu com cautela ao anúncio de que o défice este ano será de três por cento, alertando que é necessário saber se Bruxelas aceitará a forma como as despesas excepcionais das SCUT estão a ser contabilizadas.

"Se, porventura, não for aceite por Bruxelas a forma como o Governo está a procurar contabilizar estes encargos (das SCUT) fora do OE, este anúncio do primeiro-ministro será contraditado", afirmou o deputado social-democrata Patinha Antão.

"O aumento da carga fiscal suportou o défice"

O CDS-PP lamentou que o primeiro-ministro não tenha referido o aumento da carga fiscal ao anunciar o valor do défice para este ano, três por cento, e a meta de 2,4 por cento para 2008.

"Não somos propriamente especialistas em propaganda mas não deixamos de salientar uma omissão em relação ao aumento da carga fiscal", salientou o líder parlamentar democrata-cristão Diogo Feio.

Redução do défice "à custa do atraso do desenvolvimento do país"

O BE desvalorizou o anúncio de José Sócrates de que o défice orçamental ficará este ano nos três por cento, considerando que se trata de um resultado conseguido "à custa do atraso no desenvolvimento do país".

"O país está a perder anos de desenvolvimento", criticou o deputado do BE João Semedo, lamentando que o primeiro-ministro continue a estar "mais preocupado com os números do que com as pessoas".

"Foram perdidos anos de investimento público", acrescentou João Semedo.

Proposta deve “contemplar redução da carga fiscal”

A Associação Empresarial de Portugal (AEP) defende que a proposta de OE para 2008 deverá contemplar a redução, em termos reais, da despesa corrente primária e o desagravamento da carga fiscal sobre os contribuintes cumpridores.

"Num momento em que as empresas estão limitadas no seu esforço de investimento pelos elevados níveis de endividamento que atingiram, este factor revela-se particularmente importante", frisou.

Os empresários querem também que a liberdade de contratar e de despedir trabalhadores lhes seja facilitada, de forma às empresas poderem renovar os seus quadros de pessoal e adequá-los ao nível de actividade que lhes é necessário desenvolver em cada momento.

Despesa corrente vs despesa de investimento

A Confederação do Turismo Português (CTP), presidida por José Carlos Pinto Coelho, espera que o OE para 2008 não aumente a despesa primária e que as despesas correntes não passem como despesas de investimento público.

O presidente da Assembleia da República recebe esta sexta-feira pelas 12h45 o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que procederá à entrega da proposta do OE para 2008, informou o gabinete de Jaime Gama.

Com Lusa